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Qualis CAPES

O Qualis CAPES é um sistema de avaliação de periódicos científicos utilizado no Brasil para classificar a produção acadêmica dos programas de pós-graduação. Esse sistema tem um papel central na definição da qualidade e do impacto das publicações científicas, sendo um critério essencial para pesquisadores, instituições e agências de fomento. No entanto, nos últimos anos, o Qualis passou por mudanças significativas, o que gerou desafios e oportunidades para novas revistas e periódicos.

Uma das principais mudanças recentes no Qualis foi a adoção de uma nova metodologia de classificação. Antes, os periódicos eram avaliados com base em critérios específicos de cada área do conhecimento, o que gerava classificações distintas para uma mesma revista em diferentes campos. Com a reformulação, a CAPES passou a utilizar um modelo unificado, baseado em indicadores internacionais, como o fator de impacto e a indexação em bases de dados reconhecidas. Essa alteração busca tornar o sistema mais padronizado e alinhado às métricas globais de qualidade.

Para novas revistas e periódicos, essas mudanças representam desafios consideráveis. A obtenção de uma boa classificação no Qualis agora depende fortemente da indexação em bases como Scopus e Web of Science, além do impacto medido por citações. Isso exige que novos periódicos tenham estratégias claras para aumentar sua visibilidade, atrair artigos de qualidade e garantir boas práticas editoriais. Além disso, o tempo necessário para que uma nova revista alcance essas indexações pode ser longo, o que dificulta a rápida consolidação no cenário acadêmico.

Outro impacto relevante das mudanças no Qualis é a maior exigência em relação à periodicidade e regularidade das publicações. Revistas que não seguem um fluxo contínuo de publicações ou que apresentam atrasos podem ter dificuldades para obter boas classificações. Isso reforça a necessidade de um planejamento editorial eficiente e de uma equipe comprometida com a manutenção dos prazos e da qualidade das publicações.

Por outro lado, a reformulação do Qualis também trouxe oportunidades. A priorização de periódicos bem indexados e com impacto reconhecido pode estimular novas revistas a adotarem padrões editoriais mais rigorosos desde o início, aumentando suas chances de reconhecimento internacional. Além disso, há um incentivo para que revistas invistam em internacionalização, ampliando o alcance das publicações por meio de artigos em inglês, colaborações internacionais e parcerias com pesquisadores de outros países.

Para os editores de novas revistas, torna-se essencial compreender as exigências do novo Qualis e traçar estratégias para acelerar a indexação e o reconhecimento da publicação. Algumas medidas importantes incluem a adoção de um sistema de revisão por pares rigoroso, a captação de artigos de pesquisadores renomados, a divulgação ativa dos trabalhos publicados e a adesão a boas práticas de ética e transparência na comunicação científica.

Outro ponto a ser considerado é o impacto das mudanças no financiamento e na distribuição de recursos para periódicos. Muitas universidades e órgãos de fomento direcionam apoio financeiro para revistas bem classificadas no Qualis, o que pode dificultar a sustentabilidade de novas publicações que ainda não alcançaram uma posição de destaque. Dessa forma, buscar parcerias institucionais e explorar alternativas de financiamento, como taxas de publicação e colaborações com sociedades científicas, pode ser uma estratégia necessária para garantir a viabilidade dos novos periódicos.

Diante desse cenário de transformações, é fundamental que editores e pesquisadores estejam atentos às novas diretrizes do Qualis e se adaptem às exigências do sistema. A qualidade editorial, a indexação estratégica e o compromisso com a divulgação científica serão fatores determinantes para que novos periódicos consigam se estabelecer e obter boas classificações no futuro.

Embora as mudanças no Qualis tragam desafios significativos para novas revistas, elas também representam uma oportunidade para que a produção acadêmica brasileira se alinhe a padrões internacionais mais rigorosos. Ao adotar boas práticas editoriais desde o início e investir na construção de um periódico sólido e confiável, os editores podem fortalecer a presença de suas revistas no cenário científico e contribuir para a disseminação do conhecimento de forma mais ampla e impactante.

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